
O Alexandrino..lembram-se!!? Aquele grande nome da iconografia do “paranormal com um tanto de comédia à portuguesa”, que esporadicamente aparecia e que durante algum tempo nos brindou com alguns dos momentos mais trágicos (no que respeita até à comédia) que alguma vez vi..mas até teve a sua graça na primeira aparição no programa do Herman, na noite das míticas palavras “firme e hirto como uma barra de ferro”…
Um dia destes, no barzinho onde costumo estar, que é um clube privado por baixo de uma sede de comarca do Bloco de Esquerda, encontrei em carne e osso o Alexandrino..isto é verdade..é mesmo..pois bem, eu como sempre, pedi a minha bebida, abri o meu jornal de fim de dia e fiquei no meu cantinho de sempre sossegado, até que começo a notar que o Alexandrino, andava de mesa em mesa a impingir aquela meia dúzia de pessoas que lá estavam e que não lhe estavam a ligar nenhuma, serviços do género “Faço com que deixe de fumar SÓ ao olhar para si?”;”quer que eu a faça sentir 10 anos mais nova SÓ com 2 minutos de hipnose?”; e a mim foi que me tirava qualquer dor de cabeça durante um ano SÓ com um toque na minha testa…lololol….isto passou-se mesmo…e ali fiquei a assistir aquele espectáculo como se ele fosse um contratado da gerência do bar para fazer comédia..fiquei com a sensação de que aquele homem é faz de tudo por um pouco de atenção, nem que seja para fazer de palhacinho..ou então não, ele é mesmo assim..não sei..
Na semana passada, vi na RTP Memória a repetição de um programa que era o “Um Certo Sorriso”.Era um programa dedicado a percorrer o país profundo a procurar historias, casos, pessoas que em diversos quadrantes se destacavam por contribuírem com algo de não muito vulgar para a sua vida, ou da sua família, ou da sua comunidade , ou até do país. Nesse programa, que foi gravado e transmitido pela primeira vez algures no principio da década de 90, apareceu lá o Alexandrino, com uma boa ideia..simbólica e até um pouco lamechas..mas tinha o seu “Q” de especial..ele apareceu, porque tinha começado a percorrer algumas terras, para formar um movimento em que o objectivo era acabar com a solidão no mundo, num efeito em cadeia, tudo com um simples acto de SÓ usar um prego ao peito, como se fosse um alfinete espetado..a pessoa que usasse o prego no peito, estaria dessa forma a mostrar que precisava de comunicar, de dialogar, de conversar com alguém..queria dizer que se sentia só..
Era uma coisa pequenina, mas com carácter, e por mais até utópico que fosse, era genuíno..parece que em alguns sítios o prego chegou até a pegar moda..
Não sei bem se é de lamentar que aquele homem do prego ao peito, mudasse de nome para Alexandrino e em vez das terrinhas e pessoas do interior, se tivessem tornado em programas de televisão e feiras imbecis do oculto. Não crítico o homem. Main Stream por vezes é mesmo o caminho, quando não se sabe fazer mais nada para ganhar a vida..só quero deixar uma ultima nota: isto tem tudo a ver com a política institucional em Portugal, depois eu continuo.
Até para a semana…desculpem o texto ser tão grande…